A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta países de todo o mundo por conta de uma tendência de aumento da resistência do vírus HIV, que causa a Aids, contra as drogas conhecidas atualmente. Os dados foram publicados pela organização, que é parte das Nações Unidas, em um relatório divulgado hoje.
“Nós
precisamos cuidar proativamente dos níveis de aumento da resistência a
drogas contra o HIV se quisermos alcançar a meta de acabar com casos de
Aids globalmente em 2030”, afirmou o diretor geral da OMS Tedros Adhanom
Ghebreyesus.
O relatório mostra que, em 6 dos 11 países
analisados (na África, Ásia e América Latina), mais de 10% das pessoas
que faziam tratamento antiretroviral tinham tipos de HIV resistentes a
algum dos principais medicamentos usados. A OMS recomenda que países
tomem providências assim que a taxa de 10% é observada. O Brasil, vale
destacar, não faz parte desses países.
A organização afirma que
essa resistência se desenvolve principalmente quando o paciente não
segue as recomendações de tratamento. “Geralmente porque eles
[pacientes] não têm acesso a tratamentos de qualidade”, afirma a OMS em comunicado.
O efeito dessa resistência é que os níveis de concentração de HIV no
sangue do paciente continuam subindo em vez de ficar estáveis.
Tratamentos
que podem ser eficazes, observa a OMS, são mais caros e ficam fora do
alcance de alguns países. O importante é ter em mente que esses
tratamentos existem–a resistência ao vírus não é um beco sem saída.
A
OMS alerta para os impactos desse aumento na resistência, caso países
não tomem atitude contra o problema. “Modelos matemáticos mostram um
aumento de 135.000 mortes e 105.000 novas infecções nos próximos cinco
anos se nenhuma atitude for tomada”, escreve a organização, “e os custos
de tratamentos contra HIV podem custar mais 650 milhões de dólares
nesse tempo.”
O vírus HIV levou à morte de 1 milhão de pessoas em 2016–quase
metade do 1,9 milhão de mortes registradas em 2005. Mais da metade das
pessoas infectadas no mundo recebe tratamento, e o número de novas
infecções pelo vírus HIV está em queda.
Brasil
A Organização Mundial da Saúde observou aumento acima da média no número absoluto de casos observados no Brasil. A elevação é considerada pequena, passando de 47 mil novos casos em 2010 para 48 mil em 2016.
O Ministério da Saúde alega que a grande população causa distorções na análise
e teria sido melhor utilizar taxas de detecção da infecção, obtidas
pela divisão do número de casos pelo número de habitantes. Assim, os
dados epidemiológicos do Brasil indicariam a estabilização da epidemia,
com viés de queda.
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